Estudo mostra que ex-repúblicas soviéticas viram a fé ser preservada de modo surpreendente
O levantamento do Instituto de Pesquisas Pew mostra como a divisão religiosa continental afeta visões sociais e políticas dos seus habitantes. O estudo, elaborado ao longo de dois anos, entrevistou mais de 56.000 adultos de 34 países do Velho Continente.
Enquanto os ortodoxos são maioria no Leste Europeu, os países de maioria católica ficam no centro e no sudeste da Europa. Já o protestantismo é dominante no norte e na Escandinávia. Ao mesmo tempo, a Europa Ocidental tem uma crescente população dos chamados “sem religião” e vê o islamismo ganhando força.
Ex-bloco soviético
As pessoas que vivem em países do antigo bloco soviético, que estiveram por décadas sob o comunismo ateísta imposto pela Rússia, atualmente são mais propensas a dizer que o cristianismo é “importante” para sua identidade nacional.
Por exemplo, 82% dos armênios e 81% dos entrevistados da Geórgia disseram que o cristianismo era determinante para sua identidade nacional, em países como Suécia, Dinamarca e Bélgica tal afirmação só foi validada por cerca de 20% dos cidadãos.
Num segundo bloco, cerca de 70% de cidadãos de Romênia, Grécia e Sérvia disseram que ser cristão é importante para sua identidade nacional, enquanto uma média de apenas 37% dos moradores de França, Reino Unido, Alemanha e Espanha concordam com tal afirmação.
Nos países com maiores índices de católicos como Itália e Irlanda, a percepção da fé cristã como parte da identidade é bem dividida, com apenas metade (50%) dos moradores subscrevendo à declaração.
Discordâncias com a Igreja
A pesquisa também indica um “declínio significativo” no número de pessoas que se declaram cristãos em toda a Europa Ocidental – especialmente em países como Bélgica, Noruega, Holanda, Espanha e Suécia. Em cada um desses países há uma diferença de pelo menos 20% entre as pessoas que dizem que nasceram em uma família cristã e os que se declaram cristãos depois de adulto.
De acordo com Pew, há várias razões diferentes para isso. Uma das principais é que essas pessoas discordam dos ensinamentos tradicionais da Igreja sobre questões como homossexualidade e aborto.
“Essa tendência não é vista na Europa Central e do Leste, onde os percentuais de cristãos na população têm se mantido estáveis ??ou cresceram”, conclui o levantamento. “De fato, em uma parte da região onde os regimes comunistas reprimiram o culto religioso, a filiação cristã mostrou um ressurgimento em alguns países desde a queda da URSS, em 1991.
Na Ucrânia, por exemplo, mais pessoas dizem que são cristãs agora (93%) do que as que nasceram em famílias cristãs (81%), o mesmo vale para Rússia, Bielorrússia e Armênia.
A pesquisa do Pew também descobriu que os europeus que vivem em países do antigo bloco soviético são mais propensos que os europeus ocidentais a considerar a religião “muito importante” em suas vidas, a frequentar serviços religiosos regularmente e fazer da oração parte de sua rotina diária. Em comparação, apenas dez por cento dos entrevistados da França, Alemanha e Reino Unido disseram a mesma coisa.
Outro dado levantado pelo Pew é que menos de dois terços dos entrevistados da maioria dos países da Europa Ocidental disseram acreditar em Deus. Em países como Holanda, Bélgica e Suécia, onde há grandes percentual de “não religiosos”, menos da metade dos adultos acreditam em Deus.
Casamento homoafetivo e aborto
Em países como Rússia, Geórgia, Armênia e Moldávia, mais de 90% dos entrevistados se opõem ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Pelo menos oito em cada dez pessoas da Ucrânia, Sérvia, Lituânia, Bielorrússia e Bósnia, e sete em cada dez na Letônia, Estônia, Romênia e Grécia também disseram opor-se ao casamento gay.
No outro extremo, pelo menos oito em cada dez pessoas da Suécia, Dinamarca, Holanda e Bélgica apoiam a legalização do casamento de homossexuais. O percentual caiu um pouco, mas é o pensamento da maioria das pessoas que vivem na Espanha, Reino Unido, Alemanha, Suíça, França, Áustria e Noruega.
Quando se trata da legalização do aborto, em apenas sete países a maioria da população se opõe, quase todas nações que foram comunistas no passado: Geórgia (85%), a Moldávia (79%), a Ucrânia (55%), a Rússia (56%), Belarus (54%), Polônia (52%) e Grécia (52%).
No outro extremo, a esmagadora maioria dos entrevistados da Suécia, Dinamarca, Finlândia, Bélgica, Holanda, França, Noruega e Reino Unido são favoráveis ao aborto legal.
Com informações de Christian Post
Fonte: Gospel Prime